Galera, segue o trabalho do professor Egídio quanto aos grupos de contas, desenvolvido por mim e pela Marizete.
"O balanço patrimonial é um demonstrativo que exibe todos os direitos,
obrigações, responsabilidades a pagar e o patrimônio líquido. As informações
são dispostas em três campos denominados como: ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO
LÍQUIDO. O ativo representa todos os bens e direitos da empresa; o passivo representa
todas as responsabilidades a serem pagas com prazo fixado ou determinado,
exigível; o patrimônio líquido são as responsabilidades a serem pagas, porém
sem data fixada ou prevista, não exigível. O conceito de grupo de contas é que
os lançamentos fiquem agrupados de forma homogênea, onde as contas de mesmas
características fiquem juntas quando dispostas no balanço patrimonial.
Um conceito também interessante de se conhecer é a de LIQUIDEZ que não
pode, em hipótese alguma, ser confundido com os termos “patrimônio líquido”,
“lucro líquido” ou qualquer outro termo do gênero. Liquidez é a facilidade de
converter um bem em dinheiro. Num exemplo prático é possível comparar os ativos
“Dinheiro em conta corrente” e “Veículo”, nesse caso é feito a seguinte
pergunta: Qual desses dois ativos é possível converter em dinheiro em espécie
mais rapidamente? Obviamente que a resposta é o ativo “Dinheiro em conta
corrente”, pois depende apenas de dirigir-se ao banco e sacar o valor desejado,
por outro lado, o ativo “veículo”, para convertê-lo em dinheiro espécie,
depende de colocá-lo a venda, fazer a oferta, e aguardar um comprador
interessado. Assim sendo, é dito que o ativo “Dinheiro em conta corrente” tem
mais liquidez que o ativo “veículo”. Um ponto importante de salientar é que, no
caso da venda do veículo, trata-se da venda por um preço justo ou de mercado.
Em síntese são comuns as expressões: grande liquidez; alto grau de liquidez;
maior liquidez que... (no sentido comparativo); baixa liquidez; baixo grau de
liquidez; sem liquidez alguma e etc.
As contas do ativo são dispostas de acordo com o grau de liquidez e são agrupadas
em três grandes grupos: Ativo Circulante, Ativo não Circulante e Ativo Permanente.
O grupo ativo circulante tem mais liquidez que o grupo ativo não circulante
que, por sua vez, tem mais liquidez que o grupo ativo permanente. No ativo
circulante são relacionados os ativos como caixa, dinheiro em bancos, títulos a
receber em curto prazo, estoque e etc., ou seja, tudo que tem alta liquidez, ou
melhor, que é possível tornar em dinheiro de forma muito rápida. No ativo não
circulante são relacionados os ativos como contas a receber em longo prazo e etc.,
ou seja, não é possível converter em dinheiro em espécie rapidamente. No ativo
permanente são colocados os bens com quase nenhuma liquidez como prédios,
máquinas de produção e outros ativos que na verdade não são vendidos, mas fazem
parte do desenvolvimento operacional da empresa e possuem vida longa; é
possível afirmar que esses ativos possuem mínima ou nenhuma liquidez.
A exigibilidade de uma obrigação refere-se ao prazo que essa obrigação
deve ser paga. Existem obrigações a serem pagas em curtíssimos prazos e outras
obrigações a serem pagas em longo prazo como salários a pagar e financiamentos
de investimentos respectivamente.
As contas do passivo são distribuídas conforme o prazo de exigibilidade
e são agrupadas em três grandes grupos: Passivo Circulante, Passivo Não
Circulante e Patrimônio Líquido. O grupo passivo circulante tem menor prazo de
exigibilidade que o grupo passivo não circulante, que por sua vez, tem menor
prazo de exigibilidade em relação ao grupo patrimônio líquido. Não há
exigibilidade alguma para o patrimônio líquido, é considerado o capital do
sócio ou da empresa dependendo da teoria que for embasada. Importante, os
grupos CIRCULANTE e NÃO CIRCULANTE aparecem tanto no ativo como no passivo.
Ciclo operacional de uma empresa é o tempo que ela gasta para executar
todas as suas atividades operacionais. Tomando uma fábrica como exemplo,
existem algumas fases que compõem o ciclo operacional, de forma macro, como:
compra da matéria-prima, fabricação do produto, venda do produto, recebimento
do cliente pelo produto final vendido. Porém essas ações, na realidade,
desencadeiam muitos lançamentos, assim: a compra da matéria-prima do fornecedor
pode ser a prazo, logo, é gerado lançamentos de “Fornecedor a pagar”, “Estoque”
e outros; a fabricação do produto final também gera outros lançamentos como:
“Salários a pagar”, “FGTS a recolher”, “Força e energia”, “Fatura de água”, e
outras; a venda do produto final acabado, supondo que seja uma venda também a
prazo, gera lançamento como “Duplicatas a receber”; ao receber as duplicatas
dos clientes é pago o fornecedor, os salários, o FGTS, a energia, a água e em
seguida é comprado mais matéria-prima do fornecedor para fabricar mais produtos,
e assim sucessivamente, criando um ciclo operacional da empresa.
O grupo circulante, seja no ativo ou no passivo, representa todas as
contas pertencentes ao ciclo operacional da empresa, ou seja, constam todos os
lançamentos de curto prazo no sentido de que fazem parte do dia-a-dia da
empresa e estão em constantes alterações, haja vista que diariamente compra-se
matérias-primas, aumentando o estoque, aumentando as contas a pagar, produz-se
mais produtos acabados, diminuindo o estoque e aumentando as contas de salários
e impostos a pagar, recebe-se duplicatas a receber, aumentando o dinheiro em
caixa e assim por diante. Esse grupo, o circulante, é também conhecido como
capital total em giro ou simplesmente capital em giro.
É interessante que o grupo do ativo circulante sempre seja maior que o
passivo circulante. Isso significa que existem mais bens e direitos positivos
que obrigações. Porém mesmo nessa situação, ativo circulante maior que passivo
circulante, uma empresa pode encontrar-se em dificuldade. O motivo é que o
prazo das obrigações à pagar estão menores que o prazo dos direitos a receber,
causando um descasamento entre os pagamentos e recebimentos. Quando isso
acontece é necessário recorrer a capital de terceiros para suprir as
necessidades de curto prazo.
Quando o ativo circulante é maior que o passivo circulando é dito que
existe o CCL – Capital Circulante Líquido, ou seja, o CCL é a parte do ativo
circulante que não está comprometido com o passivo circulante. É chamado também
de capital de giro próprio.
O ativo não circulante é o contrário do ativo circulante. São lançadas
todas as contas que não fazem parte do giro da empresa e são classificados
como: Investimentos, Imobilizados e Intangíveis. O subgrupo investimentos
contém os lançamentos dos investimentos realizados pela empresa mas que não
contribui para a execução das atividades da empresa, como por exemplo a compra
de ações de outra empresa, essas ações em nada estão ajudando para o
desenvolvimento principal da empresa. O subgrupo imobilizados contém os bens da
empresa que são pertinentes ao desenvolvimento da atividade econômica da
empresa como, por exemplo, carro, mobília, prédio, parque de máquinas,
ferramentas e outros. O subgrupo intangível contém os bens impalpáveis,
subjetivos, porém, também são úteis ao desenvolvimento da atividade econômica
da empresa, como por exemplo, a marca da empresa.
As despesas com pesquisa e desenvolvimento de um produto ou as despesas
com o treinamento de uma nova equipe antes da abertura das portas da empresa
eram lançadas como “Diferido”, o termo “eram” é empregado em razão de que a lei
11.941/2009 extinguiu este tipo de conta. Essa conta continha as despesas que
trariam resultados para a empresa por longo prazo, como já citado, o
treinamento da equipe traz um benefício em longo prazo; a pesquisa e o
desenvolvimento de um novo produto também traz benefício em longo prazo.
A diferença entre o curto prazo e o longo prazo envolve os fatores tempo
e ciclo operacional. Todas as contas realizáveis em até um ano civil é
considerado de curto prazo; já as contas realizáveis acima de um ano civil é
considerado de longo prazo. Porém deve ser observado o tempo do ciclo
operacional da empresa, onde, se as contas realizáveis forem maiores que o
ciclo operacional então é longo prazo. Partindo do princípio de que o ciclo
operacional de uma empresa é de dezoito meses, uma conta a pagar com prazo de
vinte meses é considerada longo prazo e uma conta a pagar com prazo de quinze
meses é considerada de curto prazo. Assim sendo, é dito que uma conta a pagar é
de longo prazo quando for maior que um ano civil ou maior que o ciclo
operacional da empresa, o que for maior.
Quanto ao endividamento a melhor opção é o de longo prazo pois quanto
mais tempo para pagar sobra mais tempo para a empresa faturar e gerar recursos
financeiros para cumprir com as obrigações. Mas não é tão simples assim, os
financiamentos de longo prazo são destinados, geralmente, para os investimentos
como aquisição de máquinas e equipamentos, ampliação física da empresa, compra
de veículo e etc. Já os financiamentos de curto prazo são destinados para
injeção de capital de giro. Outro ponto importante é que normalmente as taxas
de juros para investimentos, em longo prazo, são mais baixos que os juros
destinados para capital de giro, curto prazo, esse é outro motivo para que se
concentre o endividamento, o quanto possível, em longo prazo.
A dedução do ativo ocorre quando é lançada uma conta que diminui o lado
esquerdo do balanço patrimonial. Uma empresa tem $10.000,00 de duplicatas a
receber, porém, através de uma análise, é compreendido que $ 2.000,00 dessas
duplicatas não serão recebidas em consequência de maus pagadores, nesse caso é
lançada uma conta chamada “Provisão para devedores duvidosos” no valor de ($
2.000,00), isso faz com que o ativo da empresa diminua em $ 2.000,00. No ativo
não circulante funciona da mesma forma, quando um imóvel registrado pelo valor
de $ 100.000,00 perde o valor em razão do desgaste de uso ou outra razão
qualquer é lançada uma conta de nome “Depreciação Acumulada” no valor da
desvalorização, isso também diminui o valor do ativo no balanço patrimonial.
No patrimônio líquido também ocorre lançamentos que o diminui, assim
como os lucros são adicionados no patrimônio líquido, aumentando-o obviamente,
quando ocorre um prejuízo o efeito é o contrário, nesse caso é lançada uma
conta nomeada de “Prejuízos acumulados”.
BIBLIOGRAFIA
Marion, José Carlos;
Contabilidade Empresarial, 15 Ed, Atlas, São Paulo-SP, 2000.
InvesteEducar. O que
é ciclo operacional?. Disponível em <http://www.investeducar.com.br/question/o-que-e-ciclo-operacional/#axzz2P2xNtxLt>. Acessado em 30 de Março de
2013 às 18:21:33."
Edvaldo Justo
Marizete Casarin
Justo o que eu procurava sobre O que é balanço patrimonial?
ResponderExcluirAjudou muito no meu trabalho.
ResponderExcluir