terça-feira, 2 de abril de 2013

Contabilidade Introdutória: Balanço Patrimonial – Grupos de Contas (Uma abordagem preliminar)


Galera, segue o trabalho do professor Egídio quanto aos grupos de contas, desenvolvido por mim e pela Marizete. 


"O balanço patrimonial é um demonstrativo que exibe todos os direitos, obrigações, responsabilidades a pagar e o patrimônio líquido. As informações são dispostas em três campos denominados como: ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O ativo representa todos os bens e direitos da empresa; o passivo representa todas as responsabilidades a serem pagas com prazo fixado ou determinado, exigível; o patrimônio líquido são as responsabilidades a serem pagas, porém sem data fixada ou prevista, não exigível. O conceito de grupo de contas é que os lançamentos fiquem agrupados de forma homogênea, onde as contas de mesmas características fiquem juntas quando dispostas no balanço patrimonial.
Um conceito também interessante de se conhecer é a de LIQUIDEZ que não pode, em hipótese alguma, ser confundido com os termos “patrimônio líquido”, “lucro líquido” ou qualquer outro termo do gênero. Liquidez é a facilidade de converter um bem em dinheiro. Num exemplo prático é possível comparar os ativos “Dinheiro em conta corrente” e “Veículo”, nesse caso é feito a seguinte pergunta: Qual desses dois ativos é possível converter em dinheiro em espécie mais rapidamente? Obviamente que a resposta é o ativo “Dinheiro em conta corrente”, pois depende apenas de dirigir-se ao banco e sacar o valor desejado, por outro lado, o ativo “veículo”, para convertê-lo em dinheiro espécie, depende de colocá-lo a venda, fazer a oferta, e aguardar um comprador interessado. Assim sendo, é dito que o ativo “Dinheiro em conta corrente” tem mais liquidez que o ativo “veículo”. Um ponto importante de salientar é que, no caso da venda do veículo, trata-se da venda por um preço justo ou de mercado. Em síntese são comuns as expressões: grande liquidez; alto grau de liquidez; maior liquidez que... (no sentido comparativo); baixa liquidez; baixo grau de liquidez; sem liquidez alguma e etc.
As contas do ativo são dispostas de acordo com o grau de liquidez e são agrupadas em três grandes grupos: Ativo Circulante, Ativo não Circulante e Ativo Permanente. O grupo ativo circulante tem mais liquidez que o grupo ativo não circulante que, por sua vez, tem mais liquidez que o grupo ativo permanente. No ativo circulante são relacionados os ativos como caixa, dinheiro em bancos, títulos a receber em curto prazo, estoque e etc., ou seja, tudo que tem alta liquidez, ou melhor, que é possível tornar em dinheiro de forma muito rápida. No ativo não circulante são relacionados os ativos como contas a receber em longo prazo e etc., ou seja, não é possível converter em dinheiro em espécie rapidamente. No ativo permanente são colocados os bens com quase nenhuma liquidez como prédios, máquinas de produção e outros ativos que na verdade não são vendidos, mas fazem parte do desenvolvimento operacional da empresa e possuem vida longa; é possível afirmar que esses ativos possuem mínima ou nenhuma liquidez.
A exigibilidade de uma obrigação refere-se ao prazo que essa obrigação deve ser paga. Existem obrigações a serem pagas em curtíssimos prazos e outras obrigações a serem pagas em longo prazo como salários a pagar e financiamentos de investimentos respectivamente.
As contas do passivo são distribuídas conforme o prazo de exigibilidade e são agrupadas em três grandes grupos: Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido. O grupo passivo circulante tem menor prazo de exigibilidade que o grupo passivo não circulante, que por sua vez, tem menor prazo de exigibilidade em relação ao grupo patrimônio líquido. Não há exigibilidade alguma para o patrimônio líquido, é considerado o capital do sócio ou da empresa dependendo da teoria que for embasada. Importante, os grupos CIRCULANTE e NÃO CIRCULANTE aparecem tanto no ativo como no passivo.
Ciclo operacional de uma empresa é o tempo que ela gasta para executar todas as suas atividades operacionais. Tomando uma fábrica como exemplo, existem algumas fases que compõem o ciclo operacional, de forma macro, como: compra da matéria-prima, fabricação do produto, venda do produto, recebimento do cliente pelo produto final vendido. Porém essas ações, na realidade, desencadeiam muitos lançamentos, assim: a compra da matéria-prima do fornecedor pode ser a prazo, logo, é gerado lançamentos de “Fornecedor a pagar”, “Estoque” e outros; a fabricação do produto final também gera outros lançamentos como: “Salários a pagar”, “FGTS a recolher”, “Força e energia”, “Fatura de água”, e outras; a venda do produto final acabado, supondo que seja uma venda também a prazo, gera lançamento como “Duplicatas a receber”; ao receber as duplicatas dos clientes é pago o fornecedor, os salários, o FGTS, a energia, a água e em seguida é comprado mais matéria-prima do fornecedor para fabricar mais produtos, e assim sucessivamente, criando um ciclo operacional da empresa.
O grupo circulante, seja no ativo ou no passivo, representa todas as contas pertencentes ao ciclo operacional da empresa, ou seja, constam todos os lançamentos de curto prazo no sentido de que fazem parte do dia-a-dia da empresa e estão em constantes alterações, haja vista que diariamente compra-se matérias-primas, aumentando o estoque, aumentando as contas a pagar, produz-se mais produtos acabados, diminuindo o estoque e aumentando as contas de salários e impostos a pagar, recebe-se duplicatas a receber, aumentando o dinheiro em caixa e assim por diante. Esse grupo, o circulante, é também conhecido como capital total em giro ou simplesmente capital em giro.
É interessante que o grupo do ativo circulante sempre seja maior que o passivo circulante. Isso significa que existem mais bens e direitos positivos que obrigações. Porém mesmo nessa situação, ativo circulante maior que passivo circulante, uma empresa pode encontrar-se em dificuldade. O motivo é que o prazo das obrigações à pagar estão menores que o prazo dos direitos a receber, causando um descasamento entre os pagamentos e recebimentos. Quando isso acontece é necessário recorrer a capital de terceiros para suprir as necessidades de curto prazo.
Quando o ativo circulante é maior que o passivo circulando é dito que existe o CCL – Capital Circulante Líquido, ou seja, o CCL é a parte do ativo circulante que não está comprometido com o passivo circulante. É chamado também de capital de giro próprio.
O ativo não circulante é o contrário do ativo circulante. São lançadas todas as contas que não fazem parte do giro da empresa e são classificados como: Investimentos, Imobilizados e Intangíveis. O subgrupo investimentos contém os lançamentos dos investimentos realizados pela empresa mas que não contribui para a execução das atividades da empresa, como por exemplo a compra de ações de outra empresa, essas ações em nada estão ajudando para o desenvolvimento principal da empresa. O subgrupo imobilizados contém os bens da empresa que são pertinentes ao desenvolvimento da atividade econômica da empresa como, por exemplo, carro, mobília, prédio, parque de máquinas, ferramentas e outros. O subgrupo intangível contém os bens impalpáveis, subjetivos, porém, também são úteis ao desenvolvimento da atividade econômica da empresa, como por exemplo, a marca da empresa.
As despesas com pesquisa e desenvolvimento de um produto ou as despesas com o treinamento de uma nova equipe antes da abertura das portas da empresa eram lançadas como “Diferido”, o termo “eram” é empregado em razão de que a lei 11.941/2009 extinguiu este tipo de conta. Essa conta continha as despesas que trariam resultados para a empresa por longo prazo, como já citado, o treinamento da equipe traz um benefício em longo prazo; a pesquisa e o desenvolvimento de um novo produto também traz benefício em longo prazo.
A diferença entre o curto prazo e o longo prazo envolve os fatores tempo e ciclo operacional. Todas as contas realizáveis em até um ano civil é considerado de curto prazo; já as contas realizáveis acima de um ano civil é considerado de longo prazo. Porém deve ser observado o tempo do ciclo operacional da empresa, onde, se as contas realizáveis forem maiores que o ciclo operacional então é longo prazo. Partindo do princípio de que o ciclo operacional de uma empresa é de dezoito meses, uma conta a pagar com prazo de vinte meses é considerada longo prazo e uma conta a pagar com prazo de quinze meses é considerada de curto prazo. Assim sendo, é dito que uma conta a pagar é de longo prazo quando for maior que um ano civil ou maior que o ciclo operacional da empresa, o que for maior.
Quanto ao endividamento a melhor opção é o de longo prazo pois quanto mais tempo para pagar sobra mais tempo para a empresa faturar e gerar recursos financeiros para cumprir com as obrigações. Mas não é tão simples assim, os financiamentos de longo prazo são destinados, geralmente, para os investimentos como aquisição de máquinas e equipamentos, ampliação física da empresa, compra de veículo e etc. Já os financiamentos de curto prazo são destinados para injeção de capital de giro. Outro ponto importante é que normalmente as taxas de juros para investimentos, em longo prazo, são mais baixos que os juros destinados para capital de giro, curto prazo, esse é outro motivo para que se concentre o endividamento, o quanto possível, em longo prazo.
A dedução do ativo ocorre quando é lançada uma conta que diminui o lado esquerdo do balanço patrimonial. Uma empresa tem $10.000,00 de duplicatas a receber, porém, através de uma análise, é compreendido que $ 2.000,00 dessas duplicatas não serão recebidas em consequência de maus pagadores, nesse caso é lançada uma conta chamada “Provisão para devedores duvidosos” no valor de ($ 2.000,00), isso faz com que o ativo da empresa diminua em $ 2.000,00. No ativo não circulante funciona da mesma forma, quando um imóvel registrado pelo valor de $ 100.000,00 perde o valor em razão do desgaste de uso ou outra razão qualquer é lançada uma conta de nome “Depreciação Acumulada” no valor da desvalorização, isso também diminui o valor do ativo no balanço patrimonial.
No patrimônio líquido também ocorre lançamentos que o diminui, assim como os lucros são adicionados no patrimônio líquido, aumentando-o obviamente, quando ocorre um prejuízo o efeito é o contrário, nesse caso é lançada uma conta nomeada de “Prejuízos acumulados”.


BIBLIOGRAFIA

Marion, José Carlos; Contabilidade Empresarial, 15 Ed, Atlas, São Paulo-SP, 2000.

InvesteEducar. O que é ciclo operacional?. Disponível em <http://www.investeducar.com.br/question/o-que-e-ciclo-operacional/#axzz2P2xNtxLt>. Acessado em  30 de Março de 2013 às 18:21:33."

Edvaldo Justo
Marizete Casarin

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